CHAVES

A muralha de Jerusalém terá doze portas, mas nenhuma chave. Ela não servirá para impedir que entrem ou saiam, pois estarão sempre abertas.

Entretanto, no nosso mundo as portas são fundamentais. Nenhuma casa sem porta está completa. Lembro-me de uma chave que se perdeu lá em casa. Foi preciso arrombar a porta e pôr nova fechadura. Ou àquela que sumiu, e meu pai substituiu a fechadura, pois temia que ladrões entrassem e nos roubassem.

Tão importante são elas, nos dão acesso ao interior ou ao exterior. Já pensou como um ser tão pequeno pode fazer grandes obras e trazer paz, segurança, alegria? Certa vez um homem escreveu a outro que havia perdido sua casa, pois não conseguira pagar seus débitos. É impressionante a alegria de uma pessoa assim, quando recebe de volta as chaves de sua própria casa.

Uma simples arte metálica modelada com uma estrutura impar possibilita em harmonia com a fechadura a entrada ou o fechamento; é tão simples, mas não tem sentimento, nem intenções moldadas. É justa e verdadeira, não aceita desculpas.

Se fôssemos simples como as chaves, que não se importam com a beleza da porta ou rústica fechadura. Sem se preocupar com as posses do dono ou aparência das paredes. Se nos tornássemos úteis dando segurança e tranqüilidade aos que nos cercam seriam simples como as chaves, porém inesquecíveis pela importância.

Quem nos dera ser fiel como uma chave bem modelada, que se une a uma única fechadura como um casamento santo. Quem nos dera sermos insignificante ao mundo para sermos úteis a Deus como as chaves são aos donos.