Irena Sendler
Na minha busca por abnegados, sempre me deparo com alguém que arriscou a própria vida para salvar outras vidas no período do Holocausto.
Irena Sendler, nascida em 1910 na Polônia, tem em sua conta mais de 2500 vidas salvas entre 1939 e 1943, quando trabalhou como enfermeira em Varsóvia, atuando diretamente nos guetos e levando medicamentos, comida, roupas e até dinheiro, contrariando o regime nazista.
Mas o que mais impressiona é o risco que ela se determinou a correr quando, sabendo que mais cedo ou mais tarde, todos ali seriam incinerados, começou a tirar as crianças do local, com o consentimento dos parentes.
Ela tentava persuadir os pais ou avos a permitirem que ela retirasse os pequenos em ambulâncias, dizendo que eles tinham contraído tifo, e posteriormente até mesmo em sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacas de batatas e caixões.
Quando os pais ou parentes não deixavam que ela os levasse para fora do gueto, por motivo óbvio, muitas vezes ela retornava para tentar persuadi-los, e constatava que todos na casa já tinham sido enviados para as câmaras de gás nos campos de extermínio.
Para conservar o histórico familiar das crianças salvas, ela montou um arquivo para cada uma delas com nome original das crianças, nome dos pais e suas novas identidades.
Este trabalho durou até 20 de Outubro de 1943, quando Irena Sendler foi presa pela Gestapo e levada para a prisão de Pawiak onde teve suas pernas e pés quebrados pelos nazistas em busca da confissão sobre o paradeiro das crianças salvas e suas verdadeiras identidades, o qual ela resistiu bravamente.
Foi condenada à morte, e enquanto esperava pela execução, um soldado alemão levou-a para um "interrogatório adicional". Ao sair, gritou-lhe em polaco "Corra!". No dia seguinte Irena encontrou o seu nome na lista de polacos executados. Mais tarde descobriu que a instituição em que ela trabalhava havia subornado alguns alemães.
Mais tarde, após o término da guerra, ela foi reconhecida por algumas crianças salvas por ela, e um pouco antes de sua morte, foi indicada ao Nobel da paz, mas quem ganhou foi Al Gore.
Agora nos cabe uma reflexão: O que motiva uma pessoa a colocar sua própria vida em risco para salvar desconhecidos? Com certeza não é o instinto e duvido que esteja em seu DNA.
Arvore plantada em sua homenagem, em Yad Vashem (Tree planted in her honor)
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