Certo senhor idoso, que a duras provas conseguiu conquistar um nome em face do êxito na fabricação de pregos, estava desapontado com a falta de interesse do seu filho caçula pelo trabalho. Enquanto os dois mais velhos já haviam adquirido razoável estabilidade no trabalho, estudando no período da noite, o mais novo apenas se ocupava com a sua turma e estudava de manhã.
– Filho, quando falam de você ou com você na escola, na rua ou em qualquer outro lugar, qual é o nome que lhe dão?
– Ora, papai, me chamam de Felipe.
– Mas apenas Felipe? Nada mais que o identifique melhor?
– Não. Apenas me chamam de Felipe. E isso não basta pára me identificar? O que pretende dizer com isso?
– Bem, pode até ser que apenas Felipe o descreva suficientemente, mas muitas vezes encontramos pessoas que são identificadas até de maneiras curiosas, mas que não lançam qualquer dúvida em relação a elas. Quando eu era garoto, tinha um amigo que era chamado de Chico Peteca, porque fabricava e vendia petecas para ganhar seu dinheirinho; porém, voltando ao nosso caso, como me chamam seus colegas quando falam em mim?
– Ah! Dizem sempre João dos Pregos...
– Pois aí você vê a diferença. Tenho orgulho de saber que me dão esse nome. Chamam-me assim porque tenho fabricado pregos de qualidade superior, o que me custou tempo, suor e luta. E você é Felipe e nada mais! É um Felipe como centenas de outros, sem qualquer qualificativo que o diferencie dos demais. Filho, não acha que já é tempo de adquirir o seu próprio título? Um nome que indique a avaliação da sua capacidade, seus conhecimentos, dedicação e realizações?
E você meu amigo, como as pessoas lhe chamam?
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