Conta-se que um velho cristão analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho a cada noite, que certa vez um rico chefe de grande caravana chamou-o a sua presença e lhe perguntou:
- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?
O fiel de Deus respondeu: - Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dEle.
- Como assim? - indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou-se: - Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu?
- Pela letra.
- Quando o senhor recebe uma joia como é que se informa quanto ao autor dela?
- Pela marca do ourives.
O empregado sorriu e acrescentou: - Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo ou um boi?
- Pelos rastros - respondeu o chefe, surpreendido.
Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso: - Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens! Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.
Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos; deixa-nos sinais em todos os lugares: na manhã que nasce calma, no dia que transcorre com o calor do sol ou com a chuva que molha a relva... Ele deixa sinais quando alguém se lembra de você, quando alguém te considera importante...
Deus te abençoe!
Fabiano Teixeira
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