Naquele
lugar o trem diminuía a velocidade e por isso o rapaz podia observar
através da janela de um dos apartamentos, uma senhora idosa deitada
sobre a cama. Ele via aquela cena há mais de um mês.
A
senhora certamente convalescia de alguma enfermidade, era o que ele
pensava. O jovem teve pena dela e desejou vê-la restabelecida. Num
domingo, achando-se casualmente naquelas imediações, cedeu a um impulso
sentimental e foi até o prédio onde a senhora morava. Perguntou ao
porteiro o nome da anciã e depois lhe enviou um cartão com votos de
restabelecimento, assinando apenas: "um rapaz que passa diariamente de
trem."
Dali
a uma semana mais ou menos, a caminho de casa no trem, o jovem olhou,
como sempre, para a janela. No quarto não havia ninguém e a cama estava
cuidadosamente arrumada. No parapeito da janela, porém, estava afixado
um pequeno cartaz escrito à mão e iluminado por uma lâmpada de
cabeceira. Mostrava apenas uma frase singela de gratidão, dizendo: "Deus
o abençoe".
Nenhum comentário:
Postar um comentário