"Isso me foi no coração como fogo ardente."
Jeremias 20:9
Era dia de Ano Novo e o frio era terrivelmente forte. Por mais de uma semana a neve, acompanhada de ventos e chuviscos, vinha castigando as tendas que formavam o hospital de campanha onde jaziam mais de 2.000 feridos da batalha do Monte Lookout. A enfermeira Mary Ann Bickerdyke conseguira conservar os soldados aquecidos ao manter acesa uma fogueira de grande tamanho, mas agora o termômetro descera a zero e o suprimento da fogueira estava chegando ao fim. Era bem tarde já, e assim a Sra. Bickerdyke saiu à procura do médico em serviço antes que ele fosse para os escritórios da administração. Finalmente ela o encontrou.
- A lenha está se acabando - ela disse ofegante - e seria melhor mandar pessoas buscarem mais antes que termine de todo.
Levantando os olhos para o céu enegrecido, o médico respondeu:
- Já é muito tarde. Creio que terá de se arranjar até amanhã de manhã. - Ele se virou, montou o animal, e saiu para os aquecidos escritórios em Chattanooga.
A Sra. Bickerdyke ficou furiosa. Ela ficou ali parada junto ao caminho e ergueu para ele seus punhos ameaçadores. Quando finalmente o médico estava fora do alcance de sua vista, ela caminhou coisa de um quilômetro até o acampamento mais próximo e conseguiu persuadir um grupo de soldados a acompanhá-Ia até o hospital.
Depois de oferecer-Ihes uma bebida quente, mandou que os homens fossem derrubar uma linha de fortificações de madeira que havia nas proximidades do hospital, e usou este material para manter acesa a fogueira. Destruir propriedade militar sem ordens superiores era um crime grave, mas esses homens tinham sido cuidados pela Sra. Bickerdyke. Além do mais, eles sabiam que ninguém ousava dizer não a esta corajosa mulher de Illinois. Assim não tiveram dúvida em cortar a madeira, empilhá-Ia, e deixá-Ia pronta para ser usada na fogueira.
Nessa noite centenas de vidas foram salvas porque a Sra. Bickerdyke manteve acesa uma fogueira. Deus tem uma tarefa semelhante para você hoje.
"Cyclone in Cali", Reader's Digest. dezembro de 1952, págs. 141-162.
Nenhum comentário:
Postar um comentário