Como a terra árida, tenho sede de ti.
Salmo 143.6
Nem toda sede é de água. Pode ser sede de ouro, sede de sangue, sede de amor, sede de liberdade, sede literária, sede de justiça e também sede de Deus.
Sede é aquela sensação marcante provocada pela necessidade interior de alguma coisa. É aquele desejo veemente que não desaparece senão quando satisfeito.
Sede de Deus é uma sede especial que todos têm, embora nem todos a reconheçam. É uma sede oculta, difícil de ser localizada, difícil de ser assumida. Por provir de Deus e ser sua imagem e semelhança, o homem tem sede do Criador. É uma sede universal, não importa o tempo, não importa o lugar, não importa o nível de desenvolvimento.
O salmista é um desses privilegiados que não escondem sua sede de Deus. Ao contrário, ele a proclama mais de uma vez e ainda tenta ilustrá-la: “Como a terra árida, tenho sede de ti” (Sl 143.6). Assim como o deserto precisa de chuva, ele quer matar sua sede de Deus, ele quer ver Deus e seus atributos: “Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te busco intensamente [ou desde a alvorada]; a minha alma tem sede de ti! Todo o meu ser anseia por ti, numa terra seca, exausta e sem água. Quero contemplar-te no santuário e avistar o teu poder e a tua glória” (Sl 63.1,2). Em outra ocasião, ele já havia expressado essa necessidade interior: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?” (Sl 42.1,2). Parece que o salmista ouvia à distância a promessa apocalíptica: “A quem tiver sede, darei de beber gratuitamente da fonte da água da vida” (Ap 21.6).
Retirado de Refeições Diárias com o Sabor dos Salmos. Editora Ultimato.
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