Conta-se que um estranho entrou certa vez numa catedral da Áustria, dirigindo-se para o órgão, onde um jovem, com dificuldade, procurava interpretar certa composição. Ecoavam acordes dissonantes na catedral, causando impressão desagradável. O estranho pediu que lhe permitisse tocar. Indignado, o jovem não lhe deu ouvidos, e prosseguia com a execução falha. Insistiu o estranho até que o jovem perguntou impaciente:
– Mas quem é o senhor?
– João Sebastião Bach – foi a resposta cheia de dignidade.
Envergonhado, o aprendiz se desculpou e cedeu o lugar ao grande mestre, a cujo toque a catedral se encheu de uma melodia quase celeste.
Há muito que fazem tocar da vida um alvoroço de acordes, arpejos e trinados executados sem plano, numa dissonância que faz chorar os anjos. Não seria melhor entregá-la ao Mestre dos mestres para que dela tire um hino de perfeito louvor?
Muitos há que procuram justificar a desarmonia deprimente de sua vida, atribuindo-a às circunstâncias. Dizem que se tivessem melhores oportunidades, então sim, seus talentos escondidos haveriam de brilhar. Porém nas condições atuais ninguém daria valor a seus esforços, e então concluem que não vale a pena tentar. Culpam os pais, os amigos, a sociedade, por sua falta de êxito, quando a culpa não é de ninguém senão deles mesmos.
Fonte: http://www.iasdemfoco.net/
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