Alguém parecia dizer-lhe: "Não se banhe aqui. É perigoso." Olhou atentamente em derredor. Nada de anormal parecia haver. Estava certo de que num rio pequeno não existia nenhum crocodilo. A voz fora apenas imaginação sua, pensou. Subiria um pouco mais e tomaria banho.
De novo lhe veio a voz: "Não se banhe aqui. É perigoso." "Estou por certo imaginando coisas hoje", pensou ao sentar-se para tirar o calçado. "Não pode haver perigo aqui. "Aconteceu, então, uma coisa estranha. Imediatamente começaram a tremer-lhe as mãos, de maneira que não pôde desatar o cordão dos sapatos. Não podia obrigar as próprias mãos a fazer o que desejava. "Deve haver aqui algum perigo. Deus está procurando proteger-me." Vestiu-se outra vez e caminhou mais para cima. Depois de banhar-se resolveu voltar cautelosamente pelo mato, a fim de ver se descobria o perigo na lagoa. Caminhou tão silenciosamente quanto possível para não dar qualquer sinal de sua aproximação.
Olhando para a lagoa, através da moita, viu fora d’água, a cabeça de um grande crocodilo! Estaria enganado? Talvez fosse apenas um pedaço de pau. Saltou rápido para a margem e, quase tão depressa, a grande cabeça do réptil desapareceu sob a superfície da água, deixando através da lagoa um círculo de ondulações. Reconheceu então ter ouvido a voz divina, avisando-o de que havia perigo na lagoa. Soube então porque um anjo a seu lado lhe fizera tremer tão violentamente as mãos, a ponto de não poder desatar o cordão dos sapatos. Se houvesse entrado na lagoa teria deparado com a morte horrível e quase inevitável.
Em cima no Céu, velava sobre ele um amoroso Deus. O Senhor olhara lá do Céu, vira o perigo e mandara-lhe o aviso. Mesmo ali, à margem do rio em que fora salvo da morte, o pastor Tarr ajoelhou-se e agradeceu a Deus o Seu protetor cuidado.
Declarou mais tarde ao contar a história: "Ninguém me pode dizer que Deus não vela por Seus filhos exatamente como nos tempos bíblicos. Sei que, se nEle confiarmos, cuidará de nós hoje como sempre o tem feito. Quando acontece qualquer coisa que me poderia fazer duvidar, tudo quanto tenho a fazer é lembrar-me do crocodilo que perdeu o almoço."
Murl Vance / D. P. Silva - Mil Ilustrações
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