Nos tempos em que os órgãos soavam apenas quando alguém girava uma manivela para impulsionar o ar nos tubos, diz-se que um artista deu um concerto de órgão em um teatro e o fez muito bem. Quando terminou o show, ele foi muito aplaudido e, inclinando a cabeça, agradeceu à plateia pelos aplausos. Nisso, o garoto atarracado que girava a manivela apareceu na plataforma e, aproximando-se do artista, disse em voz baixa:
— Quão bem fizemos! Não é mesmo?
O artista, fingindo ignorá-lo, disse:
— Saia do palco, é a mim que estão aplaudindo.
O público insistiu que o artista repetisse seu show em outra ocasião. E assim foi. Mas quando ele estava na metade do show, o garoto sentiu que estava exausto e não conseguia mexer na manivela com força suficiente. O artista no órgão estava suando e muito preocupado. Falou com o garoto e disse:
— Vá em frente, se apresse, faça bem o seu trabalho, porque, se não, nos sairemos mal.
O show terminou com êxito. Quando o artista se apresentou para os aplausos, ele convidou o menino para que ele também recebesse o merecido reconhecimento por seu trabalho. Em tudo de grande que o homem faz, sempre há outros que o ajudam.
Adolfo Robleto
501 Ilustraciones Nuevas
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