quarta-feira, 18 de março de 2015

LENHADOR HONESTO

Há muito tempo, numa floresta verdejante e silenciosa, próximo a um riacho de águas cristalinas e espumantes corredeiras, vivia um pobre lenhador que trabalhava muito para sustentar a família.

Todos os dias, empreendia a árdua caminhada floresta adentro, levando ao ombro seu afiado machado. Partia sempre assobiando contente, pois sabia que enquanto tivesse saúde e o machado, conseguiria ganhar o suficiente para comprar todo o pão que a família precisava.

Um dia, estava ele cortando um enorme carvalho perto do rio. As lascas voavam longe e o barulho do machado ecoava na floresta com tanta força que parecia haver uma dúzia de lenhadores trabalhando.

Passado algum tempo, resolveu descansar um pouco, recostou o machado na árvore e virou-se para sentar, mas tropeçou numa raiz velha e retorcida, e antes que pudesse pegá-lo, o machado caiu pela ribanceira abaixo, indo parar no rio! O pobre lenhador esquadrinhou as águas tentando encontrar o machado, mas aquele trecho era fundo demais.

O rio continuava correndo com a mesma tranquilidade de sempre , ocultando o tesouro perdido.

"- O que hei de fazer? Perdi o machado! Como vou dar de comer aos meus filhos? - gritou o lenhador."

Mal acabara de falar, surgiu de dentro do riacho um anjo...

"— Por que você está sofrendo tanto?" - perguntou, em tom amável.

O lenhador contou o que acontecera e ele mergulhou em seguida, tornando a aparecer na superfície segundos depois com um machado de prata.

"
É este o machado que você perdeu?"

O lenhador pensou em todas as coisas lindas que poderia comprar para os filhos com toda aquele prata! Mas o machado não era dele, então balançou a cabeça dizendo:

"
Meu machado não era tão belo."

O anjo colocou o machado de prata sobre a barranco do rio e tornou a mergulhar. Voltou logo e mostrou outro machado ao lenhador:

"
Talvez este machado seja o seu?"

"
Não é, não! Esse é de ouro! Vale muito mais do que o meu."

O anjo colocou novamente o machado de ouro sobre a barranca do rio, mergulhou mais uma vez e trouxe o machado perdido.

"
Esse é o meu! É o meu, sim; sem dúvida!"

"
É o seu ."- disse o anjo, "... e agora também são seus os outros dois. São um presente, pela sua honestidade."

À noitinha, o lenhador empreendeu a árdua caminhada de volta para casa com os três machados às costas, assobiando contente e pensando em todas as coisas boas que eles iriam trazer para sua família.

A honestidade traz mais coisas do que podemos imaginar! "Quem ama não cansa...

E se cansar, ama o cansaço!"

(extraído do Livro das Virtudes para Crianças - autor desconhecido)

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