sábado, 16 de maio de 2015

A QUEM DEVEMOS PERDOAR?

O exercício do perdão conforme ensinado e demandado por nosso Senhor Jesus Cristo pode parecer, por uma interpretação precipitada, algo que ultrapasse o racional e aceitável, especialmente por ter dito que devemos perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete.

Evidentemente, tal princípio não foi estabelecido por Ele para o caso de transgressores contumazes e que se deleitam na prática do mal. Até mesmo porque não haveria qualquer sentido lógico em se perdoar quem pouco ou nada está interessado em ser perdoado – e que, ao contrário... sua meta é ofender, destruir, inquietar, matar, e achar nisto tudo um bom motivo de prazer sem que nada lhe incomode a consciência má e cauterizada.

Por isso, nosso Senhor interpôs a necessidade de arrependimento sincero para a concessão do perdão. Ele disse:

“Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe.

Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe.” (Lucas 17.3,4)


Porque o “acautelai-vos”? Justamente para não sermos achados em falta diante de Deus por não perdoarmos quem deveria ser perdoado.

Veja que, segundo o ensino de nosso Senhor, o faltoso deve ser repreendido. Ele deve sr conscientizado do mal que praticou – se a nós ou a outros.

Caso manifeste sincero arrependimento, ou seja, se mudou o seu comportamento, confessando-se arrependido, então temos o dever de perdoá-lo, uma vez que nós mesmos necessitamos ser perdoados por outros e por Deus, não poucas vezes, pelos erros que cometemos.

Num mundo de pecadores, o perdão sincero e de coração é necessário, especialmente para uma boa continuidade do relacionamento em amor entre aqueles que amam a justiça e não a impiedade.

Portanto, perdoe seu irmão, seu filho, seu cônjuge, seu amigo, seu próximo, por algum mal que tenha praticado, quando se encontrava sob circunstâncias de pressões internas (sistema nervoso abalado etc) ou externas (ataque de demônios, provocações ímpias e desagradáveis etc).

O caráter de uma pessoa não deve ser medido por estes atos falhos que nos acompanham - e em uns mais do que em outros, variando na escala dos setenta vezes sete. Não importa o nível da frequência. O que importa é a real estrutura do caráter e o desejo de buscar a paz que é filha da verdade e da justiça, e que tem em vista o amor não fingido

Silvio Dutra

Nenhum comentário: