sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

NUM PRESÍDIO

Conta o pregador Moody que durante a guerra civil, quando o General Grant sitiava Richmond, ele ia para Chicago e teve de passar por Nova York, onde passou um domingo. Foi assistir à reunião de oração na rua Fulton. Nessa reunião ele pôde dizer algumas palavras e, terminado o culto, um homem se aproximou e convidou-o para pregar no dia seguinte no presídio de Tombs.

Ele supunha que os presos se reuniriam na capela da prisão, mas qual não foi sua surpresa quando viu que tinha de pregar a um auditório invisível. Eles permaneciam nas suas próprias celas. Havia duas ordens de celas por cima dele, e uma por baixo, e pregou a 300 ou 400 sentenciados. 

Depois da pregação, Moody quis ver o seu auditório. Ele se dirigiu à porta da primeira cela, onde havia uma pequena janela para deixar entrar luz e ar. Dentro havia dois homens jogando cartas. Eles jogaram durante toda a pregação. Moody lhes perguntou: 

— Por que estão aqui? 

— Porque nos metemos com maus companheiros, respondeu um, e o criminosos e livrou e nós fomos condenados. 

Um outro disse:

— O homem que cometeu o crime não foi condenado. 

Noutra cela disseram:

— Nós vamos ter novo processo. Um homem jurou falsamente contra nós. 

Em toda a sua vida, conta Moody que nunca achou tantos inocentes como naquela prisão. A natureza humana é a mesma em toda parte. 

Moody pensou: "Bem, vou percorrer este presídio para ver se posso encontrar um pecador". 

Levou tempo, mas afinal achou um homem sozinho na cela. Estava com a cabeça entre as mãos. Olhando pela janelinha, e Moody perguntou:

— Que tem você, amigo? Pude ver que estava chorando.

— Os meus pecados são tantos que não os posso suportar.

— Ah! Graças a Deus - disse Moody. 

— Tenho estado à sua procura.

Durante meia hora Moody falou com aquele homem. Suas palavras eram como um copo de água fria para um sedento. Contou quão perverso havia sido. Quando lhe pediu que orasse, o homem disse não saber. Teve a oportunidade de apontar-lhe o Salvador que o purificaria de todo o vil pecado. Afinal o homem orou: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, um vil desgraçado."

Moody ficou tão interessado nesse homem que quase não podia separar-se dele. Sentiu compaixão dele, parecia um amigo, um irmão. Ao separar-se disse- lhe: “À noite estarei no hotel e das nove às dez horas, estarei orando por você e desejo que você ore também. 

Naquela noite o Espírito Santo impressionou tanto a Moody que desejou tornar a ver o homem. Moody foi ao presídio e o diretor permitiu-lhe falar com ele. Quando o viu, tomou sua mão e apertou-a enquanto lágrimas de alegria deslizavam-lhe pela face. Contou então que o Senhor lhe dera a salvação. Por que foi que o Filho de Deus passou aquela noite pelas outras celas e só salvou esse homem? Foi porque esse homem viu sua condição de perdido.

Moody, in Deus É Amor / D. P. Silva - Mil Ilustraçõe

Nenhum comentário: