segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

NATAL NOSSO DE TODOS OS DIAS...


Era um homem enigmático, ninguém sabia o seu nome, nem de onde vinha, e nem onde morava... No entanto, todos sabiam o que ele fazia: com alegria passeava por orfanatos, semanalmente, fazendo a festa da criançada. Não trazia consigo presentes, nem brinquedos, nem balas, e nem se disfarçava de um velho barrigudo com aquelas enormes barbas brancas, mas ele era sim, muito carinhoso e um simpaticíssimo amigo. Em sua maleta vistosa, muitos livros, dentre eles o mais importante, a Bíblia... 

Colocava os pequeninos em seu colo e lia os livros didáticos, eles adoravam. Eram histórias maravilhosas, ilustradas, de personagens reais, onde ele e as crianças adentravam no universo das letras, do pensamento, do conhecimento, e, sobretudo do afeto. Uma troca empolgante, benéfica a todos. Naquelas horas somente a imaginação navegava e conduzia-os pelas aventuras da leitura. Por isso todos o conheciam como "o Papai Noel nosso de todos os dias" (título que por sinal, ele detestava), e na verdade, ele não aparecia somente no Natal, mas em praticamente todas as semanas. Trazia conhecimentos e alegria aos pequeninos corações infantis, e o seu objetivo de vida era justamente isso, distribuir afeto e conhecimento às crianças.

Ao ler com uma criança, ele fazia a conexão perfeita do universo das letras com o afeto ao ser humano, certamente os pequeninos que conviviam com aquele nobre senhor, cresceram associando a leitura ao carinho, e o conhecimento de Deus ao amor. 

Pois bem, caros leitores, a época natalina nos locomove a algumas reflexões: presentes caros, roupas novas, muita comida, bebida, muitas luzes e brilhos... Muitos pais chegam a se endividar para que possam oferecer as suas crianças o tão sonhado presente. Nada contra vídeo-game, bicicletas, computadores, mas tudo a favor também de presentear as crianças com livros e carinho. Aliás, quando foi a última vez que você deu ao seu filho ou à alguma criança um livro especial? Quando foi a última vez que você colocou seu filho ou alguma outra criança no colo e lhe contou uma história da Bíblia?

Em sua passagem pela Terra, assim agia Jesus: contava histórias com sublimes lições morais. Convidava o ser humano a pensar com sua carinhosa e eloqüente palavra. O mais encantador poeta que já transitou pelo mundo presenteava o ser humano com o que há de mais libertador: o convite ao uso do raciocínio. Jesus foi, portanto, o mais perfeito narrador, a sua Palavra atravessou os milênios porque combinava conhecimento e afeto em suas lições. Trazia um presente duradouro, intenso, eterno: o convite à reflexão sobre a vida e o amor à criatura humana. 

Que neste Natal pensemos a respeito do papel que desempenhamos como pais, educadores, amigos, cristãos... Que façamos de todos os dias um verdadeiro Natal, revivendo em nossos corações o ideal de Jesus, espalhando instrução, cultura e amor a todas as crianças (e porque não também os adultos) que passarem pelo nosso caminho, tornando-nos assim como o misterioso missionário do início dessa narrativa, que talvez nem exista, mas que pode vir a existir, basta você querer, pois esse personagem enigmático é justamente você!

Distribua afeto, transmita-lhes o Amor de Cristo, pois esses são presentes que ficam, que permanecem, que deixam marcas profundas e que com certeza, é a melhor forma de fazermos um "Natal” nosso em todos os dias.

"Levanta-te, resplandece, porque é chegada a tua Luz, e é nascida sobre ti a glória do Senhor" (Isaías 60:1)


Cícero Volney

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