quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A FOME

Um menino de 9 anos furtou e comeu a merenda do colega. Levado até a presença da diretora, confessou o roubo. Perguntado sobre o motivo de ter cometido a gatunagem, respondeu: 

– Eu senti o cheiro do pão com mortadela, tia; aí (apontou para a orelha esquerda) uma voz aqui me falou: Pega e come, cara; mas aqui (apontou para o ouvido direito), uma outra voz me falou: Não faça isso!" 

A diretora pega de ambas as orelhas do menino com as mãos, sacode a esquerda e depois a direita, enquanto indaga: 

– "E por que você atendeu à voz desta orelha e não desta?" 

E o pilantra, com o sorriso mais matreiro, apontando para a orelha esquerda, ainda segura pela diretora: "É que esta aqui gritou mais alto, tia". 

Às vezes, a fome grita mais alto do que a justiça. Sempre, porém, que a voz da cobiça fala mais alto, a virtude perde a batalha. 

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