terça-feira, 3 de novembro de 2009

OS TRÊS CONSELHOS

Um casal de jovens recém-casados, era muito pobre e vivia de favores num sitio do interior. Um dia o marido fez a seguinte proposta a esposa: "Querida eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa, que você me espere e, enquanto estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você."

Assim sendo o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro e começou a trabalhar em sua fazenda. Fez um pacto com o patrão: "Me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser. Eu não quero receber o meu salário. Peço que o Senhor o coloque na poupança. No dia em que eu for embora o Senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho."

Aquele jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem descanso. Depois desse tempo, disse ao patrão: "Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a casa.

O patrão lhe respondeu: "Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo, só que antes, quero lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora ou eu lhe dou três conselhos. Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos e se eu lhe der os conselhos eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois me dê a resposta."

Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão : "Quero os três conselhos." O patrão novamente frisou: "Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro." E o empregado respondeu: "Quero os conselhos."
O patrão então lhe falou:

— Primeiro: Nunca tome atalhos em sua vida, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida; Segundo, nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade pro mal pode ser mortal; terceiro, nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.

Por último, o patrão disse: "Aqui você tem três pães, dois para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar em casa."

O homem então, seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava. Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou para onde ele ia. Ele respondeu: "Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada."

- Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que “é dez” e você chega em poucos dias.

O rapaz contente, começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal. Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada.

Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pôde hospedar-se. Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir. De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu. Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia ouvido um grito e ele disse que tinha ouvido. O hospedeiro disse: "E você não ficou curioso?" ele disse que não.

- Você é o primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu filho tem crises de loucura; grita durante a noite e quando o hospede sai, mata-o e enterra-o no quintal.

O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegara sua casa. Depois de muitos dias e noites de caminhada… Já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre as pernas, um homem a quem estava acariciando os cabelos.

Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade. Respirou fundo, apressou os passos, quando lembrou-se do terceiro conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.

Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele disse: "Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir queele me aceite de volta. Só que antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre fui fiel a ela."

Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Quando a esposa abre aporta e o reconhece, se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então com lágrimas nos olhos, lhe diz: que sempre foi fiel, mas ela o traiu. . .

A Esposa espantada lhe responde: "Como? Eu nunca te trai, esperei durante esses vinte anos."

- E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?

- Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos de idade.
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o marido entrou, conheceu, abraçou seu filho e contou-lhes toda a sua historia, enquanto a esposa preparava o café. Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último pão. Após a oração de agradecimento, com lagrimas de emoção, ele parte o pão e ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro, o pagamento por seus vinte anos de dedicação.
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Muitas vezes achamos que o atalho “queima etapas”e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade… Ourtras vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que não nos diz respeito e que nada de bom nos acrescentará…E não é raro, agirmos por impulso sem refletir sobre nossos atos e suas conseqüências e fatalmente nos arrependemos depois…
Fonte: Autor Desconhecido

2 comentários:

Pedro disse...

Bonito texto, muitas vezes os nossos impulsos realemente falam mais alto que nossa consciência. Que Deus nos ajude a direcionarmos nossos atos inteiramente a Ele, pois, é dEle que obtemos a melhor resposta e atitudes.

Janderson Martins disse...

Na primeira vez que li este texto, me emocionei, pois muitas vezes queremos fazer as coisas sem a permissão de Deus, no segundo conselho vemos que a curiosidade muitas vezes pode nos levar a morte e no terceiro não devemos agir por impulso.
Por isso cada dia eu me alegro no Senhor, e este texto veio no momento em que estava triste e o mesmo me mostrou que tudo tem o seu tempo, só devemos confiar no nosso Deus.