segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

O ASSOMBRO DO ESCRAVO

Mediterrâneo. Um escravo muçulmano que se achava a bordo atraiu sua atenção. Procurou palestrar com ele, descobrindo logo que era esperto e inteligente. Ao saber das circunstâncias de sua vida, soube que era livre de nascimento, mas que caindo prisioneiro de guerra, fora reduzido à escravidão. O negociante penalizou-se muito com a triste condição do pobre cativo. 

Quanto mais reparava nele, mais se interessava por ele, mais simpatizava com ele. Por fim, começou a nutrir o ideia de remi-lo da escravidão. Indagando cautelosamente a respeito da quantia necessária, logo viu que a mesma excedia muito todos os lucros que esperava tirar daquela viagem. A ideia, contudo, não o abandonava.

Por fim fez uma oferta, que foi aceita. Ora, aconteceu que o escravo percebeu o negócio, não sabendo o propósito do negociante, supondo, que ia passar de senhor para senhor como qualquer peça de fazenda. Saltou à frente e gritou: "Então o senhor que aparentava ser tão bondoso e compadecido, não passa, afinal, de um vil comprador de escravos?! Porventura não terei eu tanto direito à liberdade como o senhor mesmo?

Continuou numa torrente de invectivas enraivecidas, quando o negociante pôs ternamente o olhar sobre ele e lhe disse: "Sim, eu comprei a você, mas para lhe dar a liberdade." No mesmo instante acalmou-se a tempestade de indignação. Debulhou-se em lágrimas, e, caindo aos pés de seu libertador, bradou: "O senhor libertou-me o corpo mas cativou-me o coração. Sou seu escravo para sempre!"

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