domingo, 28 de fevereiro de 2021

MISERICÓRDIA

Algum tempo atrás, um homem bateu à minha porta pedindo esmola. Julgando que os farrapos do mendigo eram prova de real pobreza, dei-lhe umas moedas, um par de sapatos e alguma roupa. Depois de ele haver mudado a roupa e saído, pensei: "Afinal de contas, provavelmente fiz mal ao mendigo, pois agora ele não conseguirá tanta esmola como antes, já que não tem mais aspecto de tanta miséria."

Como acontecesse que eu tivesse de sair um quarto de hora após, encontrei de novo meu amigo. Porém, não estava usando as roupas que lhe havia dado. Ora, eu lhe teria arruinado o negócio, se pudesse tê-lo obrigado a tal aspecto respeitável! Tinha sido prudente bastante para, ocultando-se num abrigo, tirar toda a roupa boa, e vestir-se de novo com os farrapos. Ele, assim, apenas estava usando se próprio traje, pois farrapos são a roupa dos mendigo: Quanto mais maltrapilho parecesse, tanto mais esmolas receberia.

Exatamente isso se dá conosco. Para irmos ter com Cristo, não nos vistamos de nossas boas ações ou por sentimentos: vamos em nossos pecados, que são vossa vestimenta. Nosso estado é nosso argumento em favor da misericórdia; nossa pobreza é nosso apelo em favor de esmola celestial; e nossa necessidade é o motivo para receberdes bens do Céu.

Spurgeon.

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