terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

CORAGEM DE ADÉLIA

Há uns 50 anos, o Vale do Urso, tinha a fama de um dos mais depravados lugares da América do Norte. Ali reinava a bebida e a imoralidade. Os assassinatos eram freqüentes, e quando a jovem Adélia Fox resolveu ir para lá como missionária, todos ficaram grandemente surpresos. Lá chegando Adélia realizou a primeira reunião no prédio da escola. A sala era pequena mas ficou repleta de homens armados de armas e garrafas. Ameaçaram em altas vozes o missionário, mas ficaram sobremodo surpreendidos quando viram a atraente jovem levantar-se no palco. O silêncio reinou. A reunião não poderia produzir melhores resultados. Gostaram da bela música que ela cantou, das palavras meigas e desembaraçadas que lhes falou.

Depois da reunião diversas famílias a convidaram para hospedar-se em suas casas. Ela aceitou o convite da esposa do fabricante do cachaça, o homem conhecido como o mais perigoso e valente do lugar. O menor dos seus filhos estava doente. A jovem Adélia cuidou da criança, tomando todas as providências necessárias para aliviar as suas dores e combater a doença. De tal modo se dedicou que os pais da criança se tornaram seus amigos fiéis. Fizeram-lhe uma casa onde dava as aulas e, pouco a pouco, ela foi ganhando a amizade e confiança de todos.

Surgiu então um episódio interessante. Houve uma eleição para decidir se naquele estado seria ou não permitida a venda legal de bebidas alcoólicas. Adélia convocou uma reunião urgente; e fortemente apelou aos seus ouvintes para que votassem contra a venda do álcool, mostrando-lhes como o álcool é prejudicial ao indivíduo, à família, etc. 

O fiel amigo, fabricante de bebidas, estava escutando pensativo. Quando a missionária explicou que muitas crianças morrem em conseqüência deste horrível vício dos pais, este homem levantou-se muito vermelho. 

— A senhora quer dizer que estou matando meus filhos, D. Adélia? - perguntou com raiva.

Adélia orou apressadamente ao Senhor, pois o homem estava enfurecido naquele momento.

 Sim senhor - respondeu calmamente.

O homem ficou atordoado, e confuso – e então jogando o chapéu no chão, num gesto de raiva, declarou: "Nunca jamais beberei álcool! Nem mais o fabricarei e venderei. Que Deus me ajude a agir assim!"

E a votação naquele dia foi na grande maioria contra a venda de álcool.

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