quarta-feira, 29 de novembro de 2023

A ESTÁTUA

Numa das galerias de Paris há uma estátua notável. O escultor, como em geral todos os artistas famosos, era muito pobre e viveu e trabalhou num só­tão. Ao terminar a estátua, olhou-a cheio de orgulho e afeição; quantas noites perdidas, quanto sacrifício e quanta paciência representavam aquela estátua! Bastante cansado, deitou-se. 

Naquela noite, caiu sobre Paris uma geada for­tíssima. O escultor, acordando no seu quarto frio e desconfortável, lembrou-se da estátua tão recentemente terminada, e teve receio de que a geada viesse a estragar o trabalho que com tanto esmero fizera. 

Correndo os olhos pelo quarto, nada via com que pudesse proteger sua tão sonhada estátua. Sem he­sitar um momento sequer, levantou-se e, tirando a roupa de cama com que se cobria, agasalhou com o máximo cuidado a bela escultura. Pela manhã, o es­cultor foi encontrado morto, mas a sua estátua ainda hoje existe. Morreu para perpetuar a obra de suas mãos. 

Irmãos, somos a obra das mãos do Grande Artista. E Ele, semelhante a este escultor, morreu também para nos dar vida eterna. Há, porém, uma dife­rença: o escultor que morreu preservou apenas a sua estátua do mau tempo daquela noite; o Divino Escultor, porém, ressuscitou e vive para todo sempre, podendo proteger-nos de todos os perigos.

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