Aquele soldado não tinha conserto. Estava de tal modo comprometido que era impossível corrigi-lo. Não havia semana em que não perdesse um ou dois dias na cadeia. Oficial novo que chegava ao regimento era logo avisado acerca daquele pobre soldado. Estava marcado.
Designado para servir no regimento, chegara um tenente cuja vida espiritual se plasmara na comunhão com Jesus Cristo. Ouviu falar na icorrigibilidade do soldado marcado. Orou por ele e procurou um meio de ajudá-lo. Seria possível?
Certo dia, de plantão o jovem oficial, o soldado foi trazido à sua presença acusado de mais uma falta. O cinismo retratava-se nas feições daquele moço viciado. Já sabia o que o esperava: cadeia. Ignorava apenas quantos dias.
Teve, porém, uma surpresa. O tenente olhou-o co bondade e falou-lhe com mansidão:
— A sua falta é grave. Você é reincidente. Mas, desta vez, você não vai ficar preso. Resolvi perdoá-lo. Pode ir.
O pobre rapaz ficou boquiaberto. Não era possível! Lágrimas brotaram de seus olhos. Gaguejou um “obrigado” e retirou-se confuso. Era outro homem, porém. Nunca mais foi preciso castigá-lo. O incorrigível corrigira-se.
(Extraído de VASSÃO, Amantino Adorno. Esteiras de Luz. Rio de Janeiro: Juerp, 19710
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