Certo funcionário de uma empresa, crente, foi chamado um dia ao gabinete do dono da empresa. Sem meias palavras, o dono foi direto ao assunto:
— Estamos reestruturando a empresa e precisamos de uma pessoa exatamente do seu tipo para ocupar a posição de gerente do setor. Analisamos a sua ficha e vimos que só há um problema com você: é a sua religião. O cargo é incompatível com a sua fé. De modo que você terá que fazer uma opção entre a promoção no emprego e sua igreja. Mas você não precisa responder agora. Vá para casa, hoje é sexta-feira, pense, e na segunda nos diga o que foi que decidiu.
Nosso irmão foi para casa envolto no manto da dúvida. De um lado, almejava o cargo - afinal, era a grande chance de sua vida. Quanta gente - pensou - não gostaria de estar em seu lugar! Por outro lado, e sua fé? e a igreja? e Deus? Os pensamentos se desencontravam em sua cabeça. Seu coração virou campo de batalha entre o certo e o errado, entre o real e o ideal. Noites sem dormir, não podia se concentrar num só pensamento. O pior fim de semana de sua vida, o pior sábado, o pior domingo...
Na segunda-feira, lá estava ele na empresa, já ansioso por encontrar-se com o dono.
— E aí? - quis saber o dono - Qual é a sua decisão?
— Acho que vou aceitar a proposta que me fez.
O patrão nem levantou a cabeça:
— Então pode passar imediatamente no Departamento de Pessoal e pedir suas contas. Você está despedido!
— Mas... patrão, foi o senhor mesmo que me fez a proposta!
— Sim, e você foi provado e não passou no teste. Se foi capaz de tão rapidamente trair o seu Deus, quem me assegura que mais rapidamente ainda não trairá a sua empresa?"
(João Soares da Fonseca - Revista Compromisso/3º Trim-2001)
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