Dirigia a Penitenciária do Estado de São Paulo o prof. Flamínio Fávero. Cristão evangélico, implantara naquela casa um regime novo, substituindo o castigo pela bondade.
Desde o começo de sua gestão como diretor procurou manter, para com os sentenciados, uma atitude bondosa e paternal. Eles começaram a tratá-lo do “nosso pai”.
Tal orientação, porém, não satisfazia a certas pessoas que tudo fizeram para prejudicar a obra do diretor.
Instrumento de insufladores, um sentenciado, certo dia, revoltou-se contra os guardas e, armado de faca, mostrava-se perigoso. Esgotados os recursos para submetê-lo, resolveram chamar o diretor. Este residia longe, mas atendeu prontamente ao chamado. A primeira coisa que fez foi pedir aos guardas que se retirassem, que o deixassem só com o sentenciado ameaçador. Fizeram-lhe ver o perigo. Não importava. Saíssem.
A sós, frente a frente com o criminoso irado, dirigiu-lhe o prof. Flamínio Fávero palavra de conselho, chamando-o à razão. O homem mostrava-se irredutível. O diretor entrou na cela. O preso advertiu-o a que não entrasse, não respondia por algum desatino, podia feri-lo... O diretor, falando mansamente, lembrava-lhe a amizade que lhe dispensara. O preso ameaçava. Às tantas disse que se entregaria desde que não sofresse nenhum castigo. O diretor disse-lhe que nada poderia prometer-lhe, que largasse a faca. Sucedeu, então, o inesperado. O homem atirou a faca longe de si, rendeu-se e, chorando, disse ao diretor:
— Doutor, eu com o senhor vou até o inferno.
O amor dominara-o. É grande o seu poder.
(Extraído de VASSÃO, Amantino Adorno. Esteiras de Luz. Rio de Janeiro: Juerp, 1971
Um comentário:
Baseado nessa linda história de amor, podemos observar que o AMOR vence, independentemente da situação, seja risco de vido, seja algum momento triste. E foi o amor que ajudou Jesus Cristo a vencer toda humilhação, dor, angústia, sofrimento na cruz do calvário!
Amém
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