terça-feira, 20 de dezembro de 2011

NOITE FELIZ (HISTÓRIA DO HINO)

Em 23 de dezembro de 1818, o jovem sacerdote Joseph Mohr foi chamado de sua aldeia de Oberndorf, nos Alpes da Áustria, para visitar o lar de um lenhador no meio da selva, pois sua esposa acabava de ter um bebê. 

Depois de uma cansativa viagem, o sacerdote chegou quando já era alta noite. Ao ver a alegria no rosto da jovem mãe, inclinada sobre o berço de seu bebê, ficou feliz por ter atendido ao chamado. 

Ao regressar a pé no caminho através da selva, na noite cheia de estrelas, o sacerdote se lembrava do que havia presenciado. A paz daquela cena fez com que ele pensasse na manjedoura de Belém, onde havia estado outra mãe amorosa e outro precioso bebê: Maria e o Bebê Jesus. 

Ao chegar em casa, mesmo cansado, o jovem sacerdote não foi se deitar. Sentou-se no escritório e começou a escrever um poema. Eram quatro horas da manhã quando terminou. E pôs como título “Noite Feliz”.

Satisfeito, foi dormir. Não se passaram muitas horas, ele se levantou e se dirigiu à casa do jovem Franz Gruber, maestro da escola paroquial e organista da igreja. Mohr pensava no órgão da igreja: não funcionava havia alguns dias. Mas Gruber disse-lhe para não se preocupar pois comporia o hino para ser cantado a duas vozes, com acompanhamento de outro instrumento musical. 

Naquela noite, que era Natal, na igreja de São Nicolau, depois da celebração do culto de meia-noite, Franz Gruber, baixo, e o sacerdote Mohr, tenor, cantaram o hino juntos. 

Ao ouví-los, as pessoas se emocionaram. Vários meses mais tarde, o homem que estava consertando o órgão pediu a Gruber que o testasse para ver se estava bem. Ele tocou o hino “Noite Feliz”. O homem gravou o hino em sua mente e logo o tocou de ouvido em sua própria aldeia. 

Quatro crianças de sobrenome Strasser(dois irmãos e duas irmãs), que viviam na mesma aldeia, ouviram o hino, aprenderam-no e começaram a cantá-lo Seu pai, um fabricante de luvas, ia todos os anos à cidade de Leipzig para vender sua mercadoria, e eles iam junto, cantando canções de Natal. Uma vez, o diretor de música do principado de Sajonia os ouviu cantar “Noite Feliz”. Gostou tanto que, no ano seguinte, os convenceu a cantarem num de seus concertos, assistidos por muitas celebridades e pessoas da realeza. Esses senhores e senhoras também gostaram do hino. Como seu título original havia se perdido, ficou conhecido como “A canção tirolesa”. 

Por volta de 1850, o Coro Imperial da Igreja de Berlim o cantou especialmente para o rei Frederico Guilherme IV, que deu ordens para buscarem os compositores, pois queria parabenizá-los. O sacerdote Mohr havia morrido em 1848, mas Franz Gruber – que ainda vivia – pôde receber pessoalmente os elogios do rei. 

Nem Gruber nem Mohr fizeram nenhuma outra composição em sua vida, mas essa canção de Natal, por sua beleza e poesia, se transformou no mais famoso hino de Natal do mundo. 

A guitarra (zupfgeige) com que foi acompanhado originalmente se acha hoje preservada no Museu Municipal de Hallein, como uma relíquia do dia mais importante da vida da aldeia de Oberndorf, o dia em que foi composto o bonito hino Noite Feliz.

André Valadão - Noite Feliz

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